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Orçamento para lavar carros de deputados é três vezes maior que o do Museu Nacional

Visão do hall de entrada do Museu Nacional, na foto do procurador Sergio Suiama.

A tragédia no Museu Nacional estava anunciada há muitos anos, nos últimos cinco anos, contudo, sofreu seguidos cortes drásticos e a previsão para 2018 era de que apenas 205.821 reais fossem repassados para instituição, que é subordinada à Universidade Federal do Rio de Janeiro.

A gestão de Michael Temer (MDB) investe menos no Museu Nacional do que a Câmara dos Deputados na lavagem de seus 83 veículos oficiais ou que o próprio Poder Executivo na manutenção do Palácio da Alvorada, a residência presidencial que está desocupada. Em 2018 a Mesa Diretora preveem gastar 563.000 reais em dinheiro público para deixar seus carros limpos. O valor é 2,7 vezes de fato destinado ao primeiro museu brasileiro. Já o Alvorada, custa cerca de 500.000 reais por mês, o que inclui gastos com energia elétrica e jardinagem.

Apenas um dos 49 parlamentares do Rio de Janeiro (somando os 46 deputados federais e os três senadores) demonstrou qualquer preocupação em ajudar com recursos o Museu Nacional. De 2015 para cá, só Alessandro Molon (PSB-RJ) destinou uma de suas emendas parlamentares à instituição:  300.000 reais foram repassados ao órgão. Ao todo, cada congressista pode distribuir 14,8 milhões para a área ou obra que bem entender, mas eles obviamente preferem em geral investir em causa própria, porque esse dinheiro investido em educação, cultura e emprego, possivelmente não haveria mais pobreza no Brasil.

O último presidente a visitar o museu foi Juscelino Kubitscheck (1902-1976). Recentemente, nem mesmo os subalternos ao presidente vinham demonstrando qualquer afeição ao órgão. No dia em que se comemorou o bicentenário do Museu Nacional, em 9 de junho de 2018, o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, estava no Rio (a cidade onde ele se graduou e foi secretário da Cultura), mas não esteve nas celebrações, em total descaso com o Museu mais famoso do Brasil.

Há algo de muito errado na escolha de quem deveria proteger a cultura no Brasil, ou de fato há décadas estão tentando destruir e eliminar qualquer forma de expressão que leve à reflexão.

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Incêndio destrói maior patrimônio cultural do Brasil


 

Um incêndio de grandes proporções destruiu o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, Zona Norte do Rio.

O fogo começou por volta das 19h30 de ontem 02?09/2018 e foi controlado no fim da madrugada desta segunda-feira (03?09?2018). Mas pequenos focos de fogo seguiam queimando partes das instalações da instituição que completou 200 anos em 2018 e já foi residência de um rei e dois imperadores.

A maior parte do acervo, de cerca de 20 milhões de itens, foi totalmente destruída. Fósseis, múmias, registros históricos e obras de arte viraram cinzas. Pedaços de documentos queimados foram parar em vários bairros da cidade.

Incêndio destrói o Museu Nacional no Rio de Janeiro

Segundo a assessoria de imprensa do museu e o Corpo de Bombeiros, não há feridos. Apenas quatro vigilantes estavam no local, mas eles conseguiram sair a tempo.

As causas do fogo, que começou após o fechamento para a visitantes, serão investigadas. A Polícia Civil abriu inquérito e repassará o caso para que seja conduzido pela Delegacia de Repressão a Crimes de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico, da Polícia Federal, que irá apurar se o incêndio foi criminoso ou não.

O museu contém um acervo histórico desde a época do Brasil Império. Destacam-se em exposição: o mais antigo fóssil humano já encontrado no país, batizada de “Luzia”, pode ser apreciado na coleção de Antropologia Biológica, entre outros; a coleção egípcia, que começou a ser adquirida pelo imperador Dom Pedro I; a coleção de arte e artefatos greco-romanos da Imperatriz Teresa Cristina; as coleções de Paleontologia que incluem o Maxakalisaurus topai, dinossauro proveniente de Minas Gerais.
O Museu Nacional foi enredo da Imperatriz Leopoldinense no carnaval de 2018.

A destruição do Museu é sem dúvida a maior tragédia cultural da história do Brasil, que já está com a educação sucateada e não tem lugares de memória.

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Venezuelanos buscam abrigo em aldeias indígenas de Roraima

Centenas de migrantes que fogem do colapso econômico na na Venezuela estão buscando abrigo em comunidades indígenas do lado brasileiro da fronteira.

O movimento ocorre enquanto crescem as tensões entre venezuelanos e brasileiros em cidades – que culminara com conflitos em Pacaraima (RR) há duas semanas, quando moradores queimaram pertences de migrantes após uma tentativa de assalto atribuída a estrangeiros na véspera.

Coordenador do CIR (Conselho Indígena de Roraima), organização que representa 237 comunidades indígenas no Estado, Edinho Macuxi afirma que os venezuelanos estão dormindo nas casas dos moradores, com quem negociam os termos da estadia: muitas vezes, os estrangeiros se comprometem a ajudar com os trabalhos na roça ou outras atividades durante a permanência, que costuma durar alguns meses.

Conferência de mulheres indígenas em Roraima

Ele afirma que muitos moradores estão descontentes com a movimentação dos estrangeiros e com seu impacto sobre os serviços públicos e temem que os venezuelanos jamais deixem o território.

“Quando você tem uma comunidade de 300 pessoas e de repente tem de atender 600, a situação que já não era boa fica ainda mais complicada”, afirma.

No último sábado (01/09/2018), um grupo de indígenas protestou na BR-174 em Pacaraima, pedindo um controle mais rígido na fronteira. Em maio de 2018, três organizações indígenas de Roraima se declararam a favor da proposta da governadora de Roraima, Suely Campos (PP), de fechar a fronteira temporariamente.

A posição, porém, não é unânime entre os índios do Estado – especialmente entre os que mantêm laços com indígenas venezuelanos.

Fonte: BBC.

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