A ponte Engenheiro Gilberto Paim Pamplona, que liga as cidades de Novo Horizonte e Pongaí, passando sobre o rio Tietê, recebe investimento de R$ 353,9 milhões para ser duplicada. Com 2,4 quilômetros de extensão, trata-se da maior ponte do Estado.
As obras são executadas pela concessionária Entrevias, com apoio do governo de São Paulo, e tiveram início em janeiro. Elas fazem parte da duplicação de 52,4 quilômetros da rodovia SP-333, com previsão de ser concluída em agosto de 2026.
A nova estrutura terá duas faixas de rolamento e a ponte atual, que tem mão dupla de direção, também receberá melhorias, como adequação para a passagem de pedestres e iluminação, para oferecer mais segurança.
Segundo o governo do Estado, as obras de duplicação da ponte demandam técnicas especiais de construção e grandes quantidades de material. Há previsão de serem utilizadas 4 mil toneladas de aço e 5 mil caminhões de concreto. Serão instaladas 124 estacas, das quais, 112 dentro do rio, garantindo estabilidade e segurança.
A construção usa vigas pré-moldadas de concreto e contará com uma estrutura para garantir a manutenção da navegação na Hidrovia Tietê-Paraná. São utilizadas balsas e embarcações de apoio para amparar o guindaste com martelo de cravação de tubos.
As balsas são posicionadas no local exato para escavação dos tubos, também chamados de “camisas metálicas”, que servem de forma para execução das estacas. Após a cravação, é feita a limpeza das camisas e inserção da “gaiola” de armação e a concretagem de baixo para cima, expulsando a água ali contida. A obra deve gerar mais de 1 mil empregos diretos e indiretos.
A água e o solo retirados de dentro dos tubos são lançados em uma barcaça para a separação. Após a decantação, o solo passa por análise e é encaminhado para o descarte em local adequado, fora do leito do rio.
Desde antes do início da obra, a concessionária responsável pelo empreendimento realiza o manejo da fauna aquática nas duas cabeceiras da ponte, visando preservar espécies. Para afastar os peixes a área é dividida em quadrantes, cada um deles é cercado com mantas especiais para impedir que os animais entrem ou saiam.
O isolamento é feito em etapas, quadrante por quadrante, por toda a margem do rio onde a obra será realizada. Após o cercamento, os veterinários e biólogos fazem o afugentamento com redes, de forma que as espécies presentes nos quadrantes não sejam impactadas.
Durante as etapas da obra, pouco antes da execução do aterro, as áreas isoladas são afugentadas novamente com redes. Com isso, caso algum animal seja localizado, será resgatado e solto.
A ponte Engenheiro Gilberto Paim Pamplona foi inaugurada em março de 1975. A estrutura tem 2,4 quilômetros de extensão, 15 metros de altura no vão central e 56 pilares de sustentação.
A estrutura é considerada um eixo fundamental para a mobilidade na região do centro-oeste paulista, se tornando essencial para o escoamento de produção agrícola e industrial, além de atender milhares de veículos diariamente.
Levantamento da Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo) aponta que mais de 1,3 milhão de veículos passaram pelo local em 2024. A localização permite ainda a conexão com a Hidrovia Tietê-Paraná, considerado o principal sistema de transporte hidroviário de carga de São Paulo.
Em 2024, passaram pela hidrovia 959 mil toneladas de soja e 403 mil toneladas de cana-de-açúcar, além de 81,5 mil passageiros transportados. Segundo o governo do Estado, a duplicação da SP-333 impulsionará o desenvolvimento regional, facilitará o escoamento da produção industrial e agrícola e proporcionará mais segurança, mobilidade e fluidez ao trânsito.:hoje mais