A auxiliar de serviços gerais de 39 anos, que abandonou uma recém-nascida em uma calçada na rua Francisco Galindo de Castro, bairro Morumbi, em Birigui, apresentou-se à polícia há cerca de uma semana. Ela foi à unidade acompanhada de seu pai e seu irmão.
A auxiliar contou a um jornal da região, que engravidou do seu namorado e escondeu a gestação da família. “Não sei explicar os motivos que me fizeram não revelar a gravidez aos meus familiares. Apenas meu namorado sabia, mas não contei a ele quando deixei a criança em Birigui”, disse.
Ela acrescentou que, no início, suspeitou que esperava um filho. Porém, só foi diagnosticar a gravidez entre seis e sete meses de gestação. “Só percebi que estava esperando por um bebê quando a criança começou mexer muito na minha barriga. Eu não fiz nenhum acompanhamento médico e também não sei te dizer o porquê que não procurei ajuda”, declarou.
A mulher ressaltou que, durante a gestação, pensou em ficar com a menina, já que é mãe de outras três garotas e de um menino, com idades de 21, 14, seis e quatro anos, respectivamente — os menores residem com ela, enquanto os jovens, com familiares. “Eu não a abandonei por condições financeiras, pois trabalho e cuido das crianças. Eu estava fora de si quando deixei minha filha”, afirmou ela.
No último dia 30, por volta da 1h, a auxiliar começou a sentir fortes dores, necessitando do trabalho de parto. Entretanto, ela conta que, sem qualquer tipo de ajuda, fez o procedimento. “Fiz os procedimentos na minha casa para o nascimento da menina. Olhei para ela por horas, quando a coloquei em uma bolsa e fui de moto sozinha até Birigui para deixá-la em algum lugar.”
Durante o trajeto, a auxiliar lembrou que percorreu várias ruas da cidade e escolheu a residência aleatoriamente para deixar a recém-nascida. “Fui andando sem rumo, até ver aquele imóvel e deixei o bebê enrolado em um pano na cobertura do portão.”
Quando deixou a menina, a mulher pegou a moto, que estava estacionada em outra rua próxima, e decidiu voltar para Araçatuba. “No meio do caminho, me bateu um remorso e retornei ao local para buscar o bebê, porém, quando cheguei lá, vi um monte de pessoas e, com medo, fui embora.”
A mãe da criança frisou que, desde aquele dia, não consegue dormir. “Eu só penso na minha filha, tanto que na sexta liguei para meu pai e contei toda a história, pedindo para que ele fosse comigo até a delegacia, no que ele topou com meu irmão”, disse.
Após prestar depoimento, a auxiliar foi liberada. “Quero provar à polícia e à Justiça que tenho condições de cuidar da minha filha. Eu quero muito ela de volta e espero que eles entendam meu apelo e me devolvam”, afirmou. A menina, que não tinha escoriações pelo corpo quando foi encontrada, passou por atendimento médico no pronto-socorro, sendo liberada para uma casa abrigo.
Fonte: Folha da Região
